Investidor quer projeto brasileiro de aves no Sudão


Uma empresa de investimento árabe com um capital de US $ 1,1 bilhão quer uma empresa brasileira parceira para produzir no país do norte da África.

A Autoridade Árabe para Investimento e Desenvolvimento Agrícola (AAAID) quer investir na produção de aves no Sudão com uma empresa brasileira parceira. Foi o que o presidente e CEO da empresa, Mohammed Obaid Almazrooei (foto acima ), disse à ANBA neste domingo (22) durante um seminário que reuniu empresários dos Emirados e do Brasil no escritório internacional da Câmara de Comércio Árabe Brasileira em Dubai. O seminário contou com o ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Tereza Cristina, que lidera a missão brasileira em quatro países árabes.

A AAAID é uma instituição financeira composta por 21 países árabes com um capital de US $ 1,1 bilhão destinado a investir em empresas de alimentos que produzem no mundo árabe, contribuindo assim para a segurança alimentar local. O estatuto da empresa determina que ela só pode ter uma participação de empresas sediadas nos países árabes, mas, por sua vez, elas podem ter projetos de produção no exterior, informou Almazrooei. A empresa possui participações nos negócios agrícola e pecuário.

Ao mencionar a Sadia, que faz parte da empresa brasileira BRF, que possui uma unidade de processamento nos Emirados Árabes Unidos, Almazrooei disse que deseja que mais empresas de aves operem nos países árabes. “O Sudão tem um clima adequado, semelhante ao Brasil, e a cultura do consumidor mudou, portanto, produzir in loco facilita o consumo”, disse ele à ANBA. O executivo quer estabelecer um projeto de produção de aves no Sudão, que é um país árabe, juntamente com uma empresa brasileira. Almazrooei disse que chegou a discutir investimentos com brasileiros há três anos, mas nada aconteceu.

Durante o seminário, o executivo apresentou números mostrando como os projetos em que a empresa investe contribuem para o suprimento de alimentos em cada país árabe. Nos Emirados Árabes Unidos, sua participação avícola é de 33%, na Arábia Saudita 9%, no Sudão 5% e em Omã 28%. No açúcar, no Sudão, é de 50% e no Egito, 8%. No mercado de laticínios dos Emirados Árabes Unidos, as empresas AAAID têm participação própria em 33% e, na Tunísia, 8%. Nos óleos vegetais na Síria, os projetos com capital da empresa respondem por 12% do mercado e, no Sudão, 13%. Possui ações em 50 empresas nos países árabes, sendo 39 já existentes e as demais em implantação.

No mesmo evento, o ministro da Agricultura do Brasil manifestou interesse do Brasil em receber investimentos árabes, principalmente em logística de agronegócios e de produção. “Vendo que os Emirados Árabes Unidos são um grande investidor mundial e o Brasil tem sido um dos principais destinos de investimento estrangeiro, vejo uma enorme sala para trabalharmos juntos”, disse ela. Ela ressaltou que o Brasil e os Emirados Árabes Unidos assinaram um Acordo de Investimento em Cooperação e Facilitação (CFIA) para incentivar, simplificar e apoiar o investimento bilateral.

O presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, falou sobre o crescente comércio entre Emirados Árabes Unidos e Brasil no seminário. Conforme dados que ele mostrou, as exportações do Brasil para o país aumentaram 20,4% no acumulado do ano até julho, enquanto as exportações dos Emirados Árabes Unidos para o mercado brasileiro aumentaram 168%. Mas ele acredita que há espaço para mais novos tipos de produtos e para envolver mais empresas nesse ramo, tanto quanto isso aconteceu. “Agradecemos a missão liderada pelo ministro. Sabemos que isso fará os negócios crescerem ainda mais, juntamente com a viagem aos países árabes que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fará em outubro próximo ”, afirmou.

O seminário contou com cerca de 90 pessoas e foi o primeiro evento que a Câmara Árabe realizou em seu auditório internacional em Dubai. O evento também contou com representantes de outras organizações brasileiras e árabes, como Confederação Brasileira de Agricultura e Pecuária (CNA), Associação da Indústria da Cana-de-Açúcar, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e o escritório internacional da Câmara Árabe. As autoridades brasileiras incluíram o congressista Alceu Moreira (MDB), embaixador do Brasil em Abu Dhabi, Fernando Igreja, e o secretário de Relações Exteriores e Comércio do Ministério da Agricultura, Orlando Leite Ribeiro.

O seminário fez parte das atividades que o ministro da Agricultura está levando a quatro países árabes. As nomeações de Tereza Cristina terminam neste domingo nos Emirados Árabes Unidos, depois de terem passado pelo Egito, Arábia Saudita e Kuwait. A delegação contou com organizações e empresas brasileiras.

 

 

Fonte: https://www.aviculturaindustrial.com.br/imprensa/investidor-quer-projeto-brasileiro-de-aves-no-sudao/20190923-082329-G388

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